segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arte ou molecagem?

Seria ele um grafiteiro, ilustrador, pintor, caricaturista ou um pichador? Com certeza, quem vê o Alberto Serrano (vulgo Tito) e conhece melhor sua vida, vai constatar que ele é tudo, menos pichador. Na verdade, um artista.
Americano, com um forte sotaque (segundo ele, a família é de Porto Rico), mas vivendo há alguns anos aqui no Rio de Janeiro com sua esposa e sócia, a designer Flávia Oliveira, este jovem é o autor daqueles "graffitis" que se vêem espalhados pela cidade com uma diferença imensa das horríveis pichações que se assemelham a rubricas.

Mas o que chamou a atenção do Cartummania foi o fato de ter uma figura que está no meio do tumulto da cidade, mas que poucas pessoas prestam a atenção, mesmo sabendo que ele está ali, assim como os mendigos da grande metrópole... ZÉ NINGUÉM! Ele está espalhado por todos os cantos. Em geral, quem o vê, é quem passa pela Rodoviária Novo Rio na Leopoldina.

Descobrimos meio que por acaso, através do evento de quadrinhos "Rio Comicon" que esta figura misteriosa e um tanto esquisita, na verdade é um personagem da história de Tito escrita nas parades da rua. Ou seja, Tito usa os pilares e muros no lugar do papel para escrever e desenhar a história de Zé Ninguém (Joe Nobody) e seu cão Viralata. O nome desta arte é "street comics", como o autor mesmo o define.
Veja o vídeo que a "Cultura da Ação" fez dele no evento de quadrinhos clicando aqui e depois acesse seu site http://www.titonarua.com/index.php?/comics/street-comics/ para ver a história na íntegra do homem sem teto e seu cão. Assim como Don Quixote procurava sua amada Dulcinéa, Zé Ninguém procura por Ana.

Deus, foi sem dúvidas, o primeiro a nos ensinar que é a rua, onde se faz o melhor marketing, seja desenhando e/ou escrevendo para uma população que precisa ser despertada para algo, quando disse ao profeta Habacuque acerca de uma mensagem que o povo precisa saber.
O Senhor fez o homem criar o primeiro mobiliário urbano, o outdoor.
"Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo." (Habacuque 2.2)